A agência do Banco do Brasil de Bom Jardim, no Agreste de Pernambuco, distante 104 quilômetros do Recife, foi arrombada na madrugada desta quarta-feira. Por volta das 2h30, cerca de 10 homens fortemente armados chegaram ao local em dois carros e explodiram dois caixas eletrônicos. O impacto atingiu os demais terminais e deixou a agência bastante danificada.
Antes da investida, os assaltantes efetuaram disparos de arma de fogo no local, nas proximidades da feira livre do município, enquanto os feirantes se preparavam para o dia de trabalho. Em seguida, os assalantes fugiram levando uma quantidade não informada em dinheiro. O gerente da agência, no entanto, informou à polícia que não havia muito dinheiro nos terminais, uma vez que nos primeiros dias de cada mês ocorre o pagamento de servidores públicos do município.
A agência de Bom Jardim vinha sendo utilizada por moradores das cidades de Limoeiro e Orobó, onde as agências foram interditadas após explosões a caixas eletrônicos.
No Recife - A ação crimonosa acontece um dia depois uma ação ousada realizada no prédio da Procuradoria Regional da Fazenda Nacional, na Avenida Agamenon Magalhães, bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife. Na madrugada de ontem, uma quadrilha invadiu o edifício e transformou a área em uma zona de guerra. Os bandidos derrubaram portas à bala, explodiram o caixa do local e trocaram tiros com a polícia. Moradores próximos viveram momentos de pânico. Dois motociclistas foram internados depois que um deles pegou a contramão da Avenida Agamenon Magalhães.
A ação criminosa começou por volta das 4h30, quando cinco homens fortemente armados chegaram atirando, a bordo de um Honda Civic preto. Depois de intimidarem os vigilantes que estavam na guarita do local, realizaram disparos para o alto e trocaram tiros com policiais militares e civis por cerca de cinco minutos. Enquanto o tiroteio acontecia, os ladrões conseguiram explodir o caixa eletrônico do Banco do Brasil. O teto de gesso caiu. As portas do elevador do térreo e vidros de outros pavimentos foram danificados.
Não houve feridos, mas todo o dinheiro que estava no terminal foi levado pelo grupo. O carro utilizado pelos assaltantes foi localizado na Rua do Cupim, no bairro das Graças. Até o momento, ninguém foi preso.
O cenário de guerra chamou a atenção de quem mora nas proximidades. Ao perceberem a intensa troca de tiros e o barulho da explosão, os motoristas que trafegavam pela Agamenon Magalhães tentaram voltar de ré para não serem atingidos. Um motoqueiro subiu o viaduto sobre a Avenida João de Barros na contramão, com medo dos disparos, e bateu em outra moto. Uma das motocicletas caiu do viaduto e os dois motoqueiros, que não chegaram a cair do elevado, ficaram feridos. Cláudio Araújo Noronha Júnior, 33, e Douglas Henrique da Silva, 24, foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros e levados para o Hospital da Restauração (HR), no Derby. Cláudio teve alta médica ontem. Já Douglas passou por cirurgia e permanece internado em estado grave.
Pela manhã, os funcionários que chegavam para iniciar o dia de trabalho no prédio da Procuradoria Regional da Fazenda foram impedidos de entrar. O atendimento ao público e todas as atividades foram suspensas durante todo o dia de ontem e devem voltar ao normal hoje.
O biólogo Felipe Marinho, 30 anos, mora perto do prédio e ouviu o barulho de dentro de casa. “No mesmo momento em que estavam dando os tiros também houve a explosão. Eu até falei que parecia um barulho de granada. Parecia uma guerra. Eles estavam bem armados”, ressaltou Felipe.
O tráfego na via local em frente ao prédio foi interditado pela Companhia de Trânsito e Transporte Urbano e liberado por volta das 11h. Dezenas de curiosos pararam em frente ao prédio para tirar fotos do estrago causado pelos assaltantes. Peritos do Instituto de Criminalística foram ao local para iniciar seu trabalho, mas como se trata de um prédio da União, profissionais da Polícia Federal também foram acionados e finalizaram a análise.
“Os PMs entregaram para a gente um saco cheio de cápsulas e nós achamos ainda mais de dez cápsulas e algumas cédulas destruídas. Ainda não sabemos qual foi o tipo de explosivo utilizado para detonar o caixa eletrônico”, disse o perito da PF Márcio Casé.
Serviços
A procuradora regional Raquel Peruch Borges ressaltou que o atendimento ao público precisou ser interrompido e os cerca de 200 funcionários foram dispensados do trabalho ontem. Equipes da Coordenadoria de Defesa Civil do Recife estiveram no local para avaliar a condição do prédio depois da explosão. “Amanhã (hoje), se o prédio for liberado, estaremos voltando ao trabalho normalmente. Pedimos ao Tribunal Regional Federal (TRF) a suspensão dos prazos judiciais de hoje (ontem) e amanhã (hoje) e suspendemos o atendimento ao público aqui no prédio”, informou a procuradora.
Com informações do repórter Wagner Oliveira.
Fonte:DP.
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