Após
acordo entre a maioria dos líderes partidários com a presidência do
Supremo Tribunal Federal (STF), a Câmara dos Deputados aprovou ontem
quinta-feira dia(28) a urgência do projeto de lei que reajusta em até 41%
os salários dos servidores do poder Judiciário Federal. A urgência foi
aprovada por 277 votos a 4. Houve ainda duas abstenções. A partir de
agora, o projeto não precisa mais passar por comissões permanentes da
Casa e terá prioridade para ser votado pelos deputados
em plenário,
embora não haja prazo para essa votação.
O projeto que será votado pela Câmara e
Senado foi negociado entre o Ministério do Planejamento e o STF em
agosto do ano passado, como alternativa ao aumento de até 78% vetado
pela presidente Dilma Rousseff. A nova proposta enviada após o acordo
prevê que os salários dos funcionários do Judiciário Federal serão
reajustados individualmente entre 16,5% e 41,47%. O maior porcentual
deverá ser pago a servidores que ingressaram nos últimos anos na
carreira, não possuem incorporações e recebem salários menores.
O reajuste de até 41% será concedido por
meio de aumentos porcentuais sobre os salários mensais e por meio de
Gratificação Judiciária (GAJ) incidente sobre o vencimento básico. Os
porcentuais deverão ser distribuído em oito parcelas semestrais ao longo
de quatro anos. O impacto previsto com o reajuste dos salários e
gratificações é de cerca de 1,4 bilhão de reais só para este ano. Os
montantes já constam na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2016 aprovada
pelos deputados e senadores.
A votação da urgência do projeto de lei
de reajuste do Poder Judiciário foi acertada pelo presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com lideranças partidárias após pedido feito
pelo presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, em reunião com
deputados na última terça-feira (26). A ideia era que o projeto fosse
votado logo em seguida. No entanto, Cunha acertou com oito partidos que
compõem a “maioria informal” na Casa (PTB, PP, PRB, PSB, PSD, PSC, PR e
SD) que a votação do mérito deve ser adiada.
A estratégia de líderes partidários que
votaram majoritariamente a favor do impeachment da presidente Dilma
Rousseff na Câmara é evitar que projetos que elevem gastos federais
sejam votados até que o vice-presidente Michel Temer assuma a
Presidência da República, em caso de afastamento de Dilma. A previsão é
de que o Senado Federal analise em plenário a admissibilidade do
impeachment da petista no próximo dia 11 de maio. Caso aprovado, Dilma
será afastada e o peemedebista assume o comando do País.
A votação da urgência do projeto de
reajuste dos servidores do Judiciário Federal provocou pressão de outras
categorias. Integrantes do Ministério Público (MP), Tribunal de Contas
da União (TCU), Defensoria Pública da União (DPU), Senado e Câmara
passaram a pressionar pela votação da urgência das propostas de
reajustes de seus salários. Com a pressão, líderes partidários tentam
hoje votar requerimento de urgência do projeto de reajuste do MP e da
DPU.
Fonte: Veja
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