Fim
de linha – Quando um ministro da Justiça tem como tarefa maior e
constante a defesa de um governo conhecidamente corrupto, é porque não
há mais saída para o país. Esse é o caso do petista José Eduardo Martins
Cardozo, que ontem segunda-feira (8) minimizou o encontro entre Lula e
Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, para
discutir a compra da refinaria da obsoleta e superfaturada refinaria de
Pasadena, no Texas.
“Nessa
hora há muita especulação que não leva a nada”, disse o ministro, ao
tentar minimizar o impacto do malfadado encontro no âmbito das
investigações da Operação Lava-Jato. “Acho que esse tipo de situação por
óbvio não traz nada”, respondeu o titular da Justiça a ser questionado
por jornalistas sobre o tema durante lançamento de consulta pública
sobre corrupção.
Cardozo
não tem cabedal para fazer declaração tão esdrúxula e dissimulada, pois
sabe-se que o entro entre Lula e Costa serviu para alinhavar os últimos
detalhes da ponta do iceberg em que se transformou o Petrolão, o maior
escândalo de corrupção da história. O ministro deveria se preocupar com
assuntos outros, de preferência os afetos à pasta, mas cabe-lhe o
direito de fazer o papel pequeno de “menino de recados” do Palácio do
Planalto ao defender de forma vergonhosa o responsável pelo período mais
corrupto da política nacional, nesse caso o alarife e dublê de lobista
Luiz Inácio da Silva.
Se
o ministro da Justiça quer dar explicações acerca dos desmandos do
governo, que comece a se preocupar com Erenice Guerra, a substituta de
Dilma Rousseff na Casa Civil e que se envolveu em um rumoroso escândalo
de tráfico de influência. Há um cipoal de assuntos nebulosos envolvendo o
desfecho do imbróglio em questão.
Sabem
os leitores do UCHO.INFO que Lula tinha em Paulo Roberto Costa o seu
braço avançado dentro da Petrobras. Costa foi guindado ao cargo de
diretor da estatal na esteira da pressão exercida pelo então deputado
federal José Janene, já falecido, conhecido como o “Xeique do Mensalão” e
mentor do esquema criminoso que culminou com a Operação Lava-Jato.
Há
meses, em matéria sobre o golpe sofrido pelo empresário Boris
Gorentzvaig, que perdeu a participação na Petroquímica Triunfo, este
site noticiou que Lula, em reunião na Presidência da República, deu
ordens a Costa, a quem chamava de “Paulinho”, para que resolvesse o
assunto. Tudo não passou de mais um jogo de cena do ex-metalúrgico, pois
a Triunfo acabou, não por acaso, debaixo do guarda-chuva de negócios do
grupo Odebrecht, dando origem à gigante e monopolista Braskem.
Em
suma, José Eduardo Cardozo não perdeu não apenas a chance de ficar
calado, mas a oportunidade de deixar um governo paralisado, incipiente,
perdulário e corrupto. Se insistir em defender o governo e seus
penduricalhos criminosos, Cardozo poderá se complicar.
Fonte: Ucho
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