O senador Romero Jucá (PMDB-RR) está na mira da Lava Jato, após ser grampeado por Sérgio Machado, agente do petrolão na Transpetro, em conspiratas contra a operação com sede em Curitiba (PR), junto com outros peemedebistas — Renan Calheiros, Edison Lobão e Sarney. Devido a toda essa situação, Jucá voltou ao ataque, com o que o editorial do ‘O Globo’ chama de táticas de guerrilha.
A grande questão é que Jucá, por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estende aos presidentes da Câmara, do Senado e do
Supremo a prerrogativa de não serem investigados e/ou processados por fatos ocorridos antes de assumirem os mandatos. O objetivo é blindar Rodrigo Maia (Câmara) e Eunício Oliveira (Senado), nomes citados em investigações sobre a proximidade excessiva a empreiteiros. Eles então, passariam a ter o mesmo benefício do presidente da República.
Supremo a prerrogativa de não serem investigados e/ou processados por fatos ocorridos antes de assumirem os mandatos. O objetivo é blindar Rodrigo Maia (Câmara) e Eunício Oliveira (Senado), nomes citados em investigações sobre a proximidade excessiva a empreiteiros. Eles então, passariam a ter o mesmo benefício do presidente da República.
Como explica o editorial do ‘O Globo’, aprovada a PEC, Rodrigo Maio e Eunício Oliveira estariam livres de ter de se entender com o Ministério Público e a Justiça. Diante da forte reação à manobra, Jucá recolheu a PEC. “Por trás dela pode-se perceber a impressão digital dos temerosos com a Lava Jato. Parece haver manobras de guerrilha para blindar parlamentares, e políticos em geral, que aparecerão citados nas delações da cúpula da Odebrecht, a serem conhecidas depois do carnaval — que ninguém é de ferro. Deverá haver referências a 130 deputados, senadores, ministros e ex-ministros, entre outros, além de a 20 governadores e ex-governadores”, diz a publicação.
Ainda segundo o editorial, “como é característica das ações militares subterrâneas, há avanços e recuos sucessivos. Se a operação, como a da PEC, encontra forte resistência, recua-se e justificam-se as assinaturas de apoio à proposta como apenas um gesto para permitir o debate. É o que fizeram os senadores tucanos Aécio Neves, Aloysio Nunes Ferreira, Cássio Cunha Lima, José Aníbal, Eduardo Amorim e Flexa Ribeiro”.
O ato descarado de Jucá aconteceu as vésperas da abertura de inquérito pela Procuradoria-Geral da Repúplica ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, com base nas delações da Odebrecht.
“Como teria sido se o presidente Temer mantivesse o senador Jucá no Ministério do Planejamento, depois de reveladas aquelas gravações. E como foi agora na eleição do senador Edison Lobão, um dos citados nas investigações, para presidir a emblemática Comissão de Constituição e Justiça. Rechaçado mais este ataque contra a Lava Jato, virão outros. É da guerrilha”, finaliza o editorial.
Fonte: O Globo
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