Depois de um forte aumento em julho nos preços de produtos básicos como milho, feijão e arroz, devido à redução da safra este ano, vem aí uma alta nas carnes de todos os tipos (bovina, suína, aves e até peixes) e reajustes ainda mais fortes no preço do leite. A previsão é do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que vê uma inflação “represada” na pecuária, porque a quebra de safra afetou a produção de grãos, usados largamente como ração animal. O ministro disse que o consumidor final dificilmente escapará do encarecimento desses produtos e citou como exemplo mais forte o do milho.
O ministro explicou que a alta nos preços dos grãos foi causada pela quebra na safra deste ano, estimada em 10%. Segundo o ministro, o fenômeno climático El Niño foi bastante severo no país, levando muitas chuvas ao Sul e secas ao Nordeste e Centro-Oeste. Isso afetou a produção em 20 milhões de toneladas, só em grãos.
A expectativa do governo e do setor privado é que os reajustes são iminentes e afetarão a inflação de alimentos em questão de semanas. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra, a alta no preço do milho nos primeiros meses de 2016 chegou a 110% em algumas regiões do país. O custo de produção de aves aumentou 30%.
Alta da carne
A JBS, maior produtora de carne do mundo, informou que tentará elevar os preços e reduzir a produção na tentativa de compensar o aumento de custos e a valorização cambial, que cortaram suas margens de lucro no mercado interno.
Os recentes esforços da companhia em repassar os custos mais altos a clientes não têm sido suficientes para fugir da disparada do preço do milho doméstico, usado como ração para o gado, afirmou o diretor executivo da companhia, Wesley Batista, em conferência com investidores após divulgar o balanço da empresa. No segundo trimestre, a JBS reajustou os preços no mercado brasileiro em 8%.
Além disso, indicou Batista, a receita com exportações tem sido contida por uma valorização do real mais rápida do que a esperada.
Fonte: O Globo
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