Em um dia de esperada turbulência
política, o juiz federal Sergio Moro visitará o Congresso Nacional no
próximo 4 de agosto, mesma data em que o Senado deve impor mais uma
derrota à presidente afastada
Dilma Rousseff e aprovar, na comissão
especial, o relatório que sustenta o impeachment da petista. Moro, no
entanto, deve passar longe das discussões sobre o futuro de Dilma: ele
vai à Câmara dos Deputados debater um conjunto de propostas para
endurecer a legislação voltada ao combate à corrupção.
Relator do chamado pacote anticorrupção,
o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) se reuniu nesta segunda-feira (25)
com Moro para formalizar o convite para o juiz inaugurar os debates
sobre a nova legislação. Ao site de ‘Veja’, o parlamentar informou que o
juiz responsável pelas investigações da Lava Jato confirmou a presença
no dia 4. “Ele fará o primeiro depoimento da comissão e levará as suas
contribuições sobre o tema. Nós precisamos construir o maior consenso
possível para que esses instrumentos sejam eficientes”, disse Onyx.
A audiência com Moro está prevista para
ter início às 9h30, enquanto a comissão do impeachment deve começar às
11h. Após sair do colegiado, o processo por crime de responsabilidade
tem de ser votado em plenário para confirmar o impeachment da petista.
No próximo dia 4, os senadores vão se
debruçar sobre o parecer do relator Antônio Anastasia (PSDB-MG), que
tende a responsabilizar Dilma por irregularidades fiscais durante sua
gestão. Apesar de a petista ter tido sua campanha abastecida com
dinheiro de caixa dois pago pelo lobista Zwi Skornicki, réu na Lava
Jato, conforme afirmou o ex-marqueteiro João Santana em acordo de
delação premiada, as implicações do petrolão não devem constar no
parecer final.
A poucos metros dali, por outro lado, a
comissão que terá a participação de Moro deve discutir, entre outros
pontos, justamente medidas para coibir o caixa dois. O pacote em análise
prevê a criminalização da prática e a responsabilização dos partidos
políticos pela movimentação paralela à contabilidade exigida nas regras
eleitorais. O esforço é para que as medidas sejam aprovadas ainda neste
ano pela Câmara dos Deputados.
Fonte: Veja
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