O empresário Carlos Augusto Ramos, o
Carlinhos Cachoeira, foi preso na manhã desta quinta-feira (30), no
condomínio de luxo em que mora, em Goiânia. Um vídeo exclusivo da TV
Anhanguera mostra o momento em que ele deixa o local. O contraventor é
um dos alvos da Operação Saqueador, que visa prender pessoas envolvidas
em uma esquema de lavagem de R$ 370 milhões em verbas públicas.
Advogado de Cachoeira, Antônio Nabor
Bulhões disse que ficou sabendo da prisão no início da manhã, após uma
ligação da esposa do cliente, Andressa Mendonça. O advogado informou que
irá se inteirar do caso para se pronunciar.
Por volta das 7h, a PF esteve na casa de
Fernando Cavendish, mas os agentes descobriram que empresário está no
exterior. A casa de Cavendish fica na Rua Delfim Moreira, um dos
endereços mais caros do Rio de Janeiro. Os policiais chegaram ao local
por volta das 6h25.
Além de Goiás e Rio de Janeiro, a
operação é realizada em São Paulo. Segundo o Ministério Público Federal,
dentre os denunciados estão executivos, diretores, tesoureira e
conselheiros da empreiteira, além de proprietários e contadores de
empresas fantasmas, criadas por Carlinhos Cachoeira, Adir Assad e
Marcelo Abbud.
Lavagem de dinheiro
O MPF descobriu que, entre 2007 e 2012,
quase 100% do faturamento da Delta veio de contratos públicos, chegando
ao montante de quase R$ 11 bilhões. Conforme os investigadores, desse
total, mais de R$ 370 milhões foram lavados por meio de pagamento
ilícito a 18 empresas de fachada, criadas pelos chamados “operadores” do
esquema.
Segundo o Ministério Público Federal,
eles lavavam o dinheiro público em contratos fictícios e sacavam o
dinheiro em espécie para o pagamento de propina a agentes públicos.
Assim, de acordo com os investigadores, eles impediam o rastreamento das
verbas.
De acordo com o MPF, todos os
pagamentos a fornecedores eram de responsabilidade do setor
administrativo e financeiro da matriz da Delta, sediada no Rio de
Janeiro. No entanto, os escritórios e centros de custo dos membros do
conselho e dos diretores regionais realizaram despesas com diversas
empresas de fachada.
Conforme a investigação, foram
utilizados 116 centros de custo vinculados a escritórios regionais e
obras da empreiteira em todo território nacional, para o repasse direto e
indireto de verbas ilícitas.
O MPF pede a condenação de todos os envolvidos pela prática de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Carlinhos Cachoeira
Acusado de chefiar um esquema de
exploração ilegal de caça-níqueis em Goiás, Cachoeira já havia sido
preso em fevereiro de 2012, quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada
pela PF e o Ministério Público Federal. Ele ganhou liberdade em 11 de
dezembro do mesmo ano.
Desde então, Cachoeira já foi condenado
por diversos crimes. A última condenação foi no dia 23 de setembro, pelo
crime de violação de sigilo funcional, com pena de três anos de prisão.
Fonte: G1
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