quinta-feira, 28 de abril de 2016

Em Pernambuco Mulheres protestam por mais segurança na UFPE e portões vão ser fechados de madrugada

Os portões de acesso ao campus da Universidade Federal de Pernambuco ficarão trancados entre 23h30 e 4h30 diariamente. A medida - válida para passagem de carros e pedestres - é mais uma das ações desenvolvidas pela reitoria para tentar reduzir os casos de violência na instituição. Nesta quarta-feira, estudantes, servidoras e moradoras do entorno fizeram um protesto em frente ao Restaurante Universitário por mais segurança e para denunciar os frequentes casos de assédio sexual e estupro.

Após o ato, as alunas foram recebidas pela vice-reitora, Florisbela Campos, pela diretora LGBT da UFPE, Luciana Vieira, pela pró-reitora de Assuntos Estudantis, Ana Cabral, e pelo superintendente de Segurança, Armando Nascimento. Uma reunião prevista para daqui a 15 dias foi antecipada para esta quinta para discutir a questão de vulnerabilidade, assédio, insegurança das mulheres e trans.

No protesto, as manifestantes pediram mais iluminação no campus, além de capacitação dos seguranças para lidar com questões específicas de gêneros. Elas denunciaram a falta de sensibilidade no trato com as vítimas. O ato cobrou da reitoria um posicionamento efetivo e a criação de estratégias de enfrentamento e de garantia de segurança para que as mulheres possam circular pela universidade sem ameaça.

Portões
Apenas o acesso pela Avenida dos Reitores será liberado durante a madrugada em casos justificados. O fechamento dos acessos será às 23h30 e a reabertura às 4h30. De acordo com a UFPE, os agentes de segurança da universidade e os vigilantes da TKS (empresa terceirizada) estão atuando de forma mais efetiva nos pontos críticos de ocorrências informados pela comunidade acadêmica. Além disso, o campus conta com um posto fixo da Polícia Militar até as 22h30. No entorno, além da intensificação das rondas, a PM está efetuando mais abordagens. Haverá a instalação de novas câmeras integradas ao sistema da Secretaria de Defesa Social e a melhoria da iluminação no campus, entre outras ações.

Conscientização

Além do protesto, a comunidade universitária criou uma campanha com o uso de hashtags na página A Universidade é pública, meu corpo não - UFPE, como forma de visibilizar o pleito, sensibilizar e articular a comunidade a dizer não à violência contra as mulheres, à transfobia e ao machismo.

BancosNo próximo dia 4, representantes de vários órgãos públicos e dos bancos que funcionam no entorno da UFPE vão se reunir no Auditório João Alfredo, na Reitoria da Universidade, na segunda reunião do Conselho Integrado de Segurança, que agrega estas instituições. Participam, além da UFPE e do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander, os órgãos do Condomínio Sudene (Sudene, IBGE, Codevasf, Ministério da Saúde, entre outros) e o 12º Batalhão de Polícia Militar. O objetivo do encontro é discutir medidas para melhoria da segurança do entorno, envolvendo funcionários das instituições, usuários e moradores.
Fonte:DP.

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