Apesar das medidas, analistas de mercado e técnicos palacianos não acreditam que o setor público terá capacidade de cumprir a meta de superavit primário de 2016, de R$ 30,5 bilhões, equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Em reunião ontem com a Junta Orçamentária, composta pelos ministros Nelson Barbosa (Fazenda), Valdir Simão (Planejamento) e Jaquess Wagner (Casa Civil), Dilma determinou que o corte de despesas seja inferior a R$ 30 bilhões — volume bem inferior aos R$ 78,3 bilhões retidos no ano passado. Na avaliação de analistas, esse montante seria insuficiente para que a meta seja alcançada. Para isso, o governo deveria fazer um corte de R$ 100 bilhões, no mínimo.
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Para piorar, a arrecadação de impostos continua em queda, o que levará o setor público a registrar o terceiro rombo fiscal seguido. Em 2014, o deficit primário foi de 0,6% do PIB, e, no ano passado, de quase 2% do PIB. Na avaliação da economista Monica de Bolle, se a equipe econômica for anunciar um corte tão pequeno no Orçamento “é melhor não anunciar nada”. “Seria importante o governo mostrar que está tomando medidas concretas de médio e longo prazos para o controle das contas públicas. Sem isso, não tem como recuperar a credibilidade.”
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