Após uma série de reuniões ao longo do fim de semana, a presidente Dilma Rousseff definiu com a equipe
econômica um corte de R$ 20 bilhões nos gastos públicos. Antes do anúncio oficial, as medidas para organizar o orçamento serão apresentadas nesta segunda-feira aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, e ao vice-presidente Michel Temer. Além de enxugar as despesas, o governo apresentará uma proposta para melhorar a receita, que pode tomar a forma de novos impostos. O congelamento do reajuste dos salários dos servidores, defendido pelo Ministério do Planejamento, foi uma das propostas colocadas à mesa, mas a presidente Dilma resiste. A medida foi, por enquanto, descartada, de acordo com fontes.
As propostas são tomadas para suprir o rombo de R$ 30,5 bilhões previsto no Orçamento enviado ao Congresso. O esforço fiscal necessário para reequilibrar as contas chega a R$ 65 bilhões. Segundo um integrante do governo, a presidente pediu que programas sociais não sejam afetados. E a medida para a aumentar a receita será construída com os parlamentares. Nesta noite de domingo (13/9), integrantes da equipe econômica seguem reunidos para estudar as proposições e ajustes ainda podem ocorrer. O governo chegou a ensaiar a volta da CPMF, o imposto do cheque, mas desistiu diante da reação negativa de empresários e parlamentares. Mas deve propor um imposto financeiro provisório para repartir as receitas com estados e municípios.
Nesta segunda-feira pela manhã, Dilma se reunirá com os integrantes da coordenação política, no Palácio do Planalto. Depois, ministros da área econômica vão até o Congresso ou apresentarão as medidas por telefone aos presidentes das Casas e a Temer, que está em viagem a Rússia. A decisão do tamanho do corte ocorreu após Dilma se reunir com mais de 12 ministros ao longo do fim de semana. Ontem, a petista ficou mais de sete horas com ministros da Junta Orçamentária, composta pelo titular da Casa Civil, Aloizio Mercadante, da Fazenda, Joaquim Levy e do Planejamento, Nelson Barbosa.
Estiveram também com a presidente os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo; dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues; da Agricultura, Kátia Abreu; da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo; da Previdência, Carlos Gabas; das Cidades, Gilberto Kassab; e das Comunicações, Ricardo Berzoini; do Esporte, Jorge Hilton; da Integração Nacional, Gilberto Occhi, além do assessor especial da Presidência, Giles Azevedo.
No fim de agosto, o governo anunciou que fará uma reforma administrativa, que prevê a eliminação de 10 Ministérios, corte de cargos comissionados, a revisão de contratos com a administração federal. O governo prometeu também buscar uma economia com a venda de imóveis e terrenos que pertencem à União. O objetivo é cortar “na carne” e assim também mostrar uma resposta à crise.
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