Face
lenhosa – Para quem sempre criticou as privatizações promovidas pelo
então presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem o PT insiste em
creditar a chamada “herança maldita”,Dilma Rousseff está se mostrando
incoerente. Ontem domingo (7), a presidente da República estará
reunida com ministros da equipe econômica, da coordenação política e do
setor de infraestrutura para definir os derradeiros detalhes do Plano de
Concessões em Infraestrutura e Logística.
Anunciado
desde o início deste ano como sendo a tábua de salvação em termos de
investimentos nas áreas de infraestrutura e logística – aeroportos,
portos e rodovias –, o pacote de concessões será lançado na próxima
terça-feira (9), durante cerimônia no Palácio do Planalto.
Peça
principal da chamada “agenda positiva” do governo, o pacote de
concessões é a forma encontrada pelo Palácio do Planalto para selar
parcerias com a iniciativa privada, o que contraria o discurso ácido e
longevo da “companheirada”, que nos tempos de oposição sempre ergue a
bandeira da estatização.
A
tal “agenda positiva” de Dilma teve como pontapé inicial o lançamento
do Plano Agrícola e Pecuário 2015-2016, agora com empréstimos mais caros
para os agricultores. Ou seja, a palavra disfarçar não consta do
dicionário da presidente.
Fora
isso, o governo deve anunciar novas ações nas próximas semanas, como,
por exemplo, o Plano Nacional de Exportações, o Plano Safra da
Agricultura Familiar e a terceira fase do programa “Minha Casa, Minha
Vida”.
Falar
em exportações sem antes pressionar para baixo o “custo Brasil” é dar
um tiro no pé, enquanto o segundo sai pela culatra. A agricultura
familiar até agora serviu como pano de fundo para as invasões de terra,
enquanto o “Minha Casa, Minha Vida” continua registrando calotes
seguidos por parte dos beneficiários do programa.
Considerando
que nada pode ser mais direitista do que um representante da esquerda
no poder, Dilma tem seguido a cartilha e mostrado que coerência não é o
seu forte. No momento em que, no caso dos aeroportos, a participação da
Infraero nas concessões cai de 49% para no máximo 15%, o que o governo
faz é abraçar ainda mais a tese das privatizações, tão condenada até
recentemente.
Não
se pode esquecer que, em 12 de dezembro de 2012, durante visita oficial
à França, Dilma disse a empresários, que reuniram em Paris para ouvir
seu palavrório insano e mentiroso, que até o final do primeiro mandato
construiria 880 aeroportos regionais. Esse espetáculo do absurdo ocorreu
durante o seminário “Desafios e Oportunidades de uma Parceria
Estratégica”, na sede do Movimento de Empresas Francesas (Medef), mais
importante organização patronal da França.
Na
ocasião, Dilma prometeu aos empresários franceses manter o programa de
licitações dos aeroportos brasileiros nos moldes dos de São Paulo e
Brasília, com 51% de participação da iniciativa privada e 49% da
Infraero. Em outras palavras, além de megalômana a petista é mitômana
compulsiva.
Contudo,
o auge da audácia ainda estava por vir. Naquele frio dia parisiense,
Dilma ousou ensinar os europeus a sair da crise que à época chacoalhava o
Velho Mundo. O tempo passou e Dilma está à procura de alguém que tenha
uma varinha de condão para interromper a crise econômica que sacode o
Brasil e derrete o cada vez mais minguado salário do trabalhador. Em
suma, Dilma é uma ode ao ridículo, ao mesmo tempo em que é a
“fulanização” da vergonha nacional.
Fonte: Ucho
Nenhum comentário:
Postar um comentário