A publicação, que enviou uma repórter especial para Brasília, destaca que a primeira mulher a se eleger presidente do Brasil tem poucas chances de terminar seu segundo mandato e paga por seus erros. O Le Monde contextualiza as alegações para o processo de impeachment, mas enfatiza que muitos deputados que ratificaram a admissibilidade são alvos de suspeitas mais graves que a presidente.
O Le Figaro, jornal de linha conservadora na França, destacou o ambiente "eletrizante" dentro e fora da Câmara dos Deputados durante a votação que daria prosseguimento ao afastamento de Dilma. A matéria intitulada "Brasil: deputados aprovam a destituição de Dilma Rousseff" sublinhou que a barreira na Esplanada dos Ministérios foi chamada de "muro de Berlim" pelos manifestantes. Por fim, a publicação disse que a crise política brasileira apenas começou a poucos meses dos Jogos Olímpicos. A Olimpíada começa dia 5 de agosto.
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O britânico The Telegraph estampou uma foto de cidadãos brasileiros comemorando o resultado da votação na Câmara no topo da reportagem publicada na madrugada desta segunda-feira. O periódico relatou a longa sessão de votação, "caracterizada por pronunciamentos, bandeiras, confetes e até cantorias." O discurso de Jair Bolsonaro e o entrevero do deputado do PSC-RJ com Jean Wyllys também ganharam destaque na publicação.
O alemão Spiegel na matéria "A revolta dos Bonzinhos" adotou um tom bastante crítico. "O Congresso brasileiro mostra a sua verdadeira face. A maioria dos parlamentares não votou somente pela suspensão da presidenta Dilma Rousseff. Usando métodos mais do que questionáveis, eles conduziram o navio brasileiro para uma rota de direita", escreveu.
Nos Estados Unidos, o The New York Times aponta que o mandato de Dilma tem sido fustigado por um escândalo de corrupção vertiginoso, uma economia contraída e uma desilusão crescente. A publicação deu voz a alguns cientistas políticos. "Alguns analistas dizem que estão preocupados que a mobilização para o impeachment de Dilma Rousseff cause danos à jovem democracia do Brasil, restabelecida em 1985 após duas décadas de ditadura militar", publicou.
"Há a questão de quem e o que virá a seguir", escreveu o NYT, antes de traçar um projeção do futuro da política brasileira. O jornal americano destacou que Michel Temer "terá de lidar com desafios políticos e econômicos", mas também mencionou que o vice pode enfrentar as mesmas acusações que Dilma. "O próximo na linha da presidência após Temer é Eduardo Cunha, o poderoso líder da Câmara dos Deputados.
Cristão evangélico que usa sua conta no Twitter para disseminar versos bíblicos, Cunha é acusado de usar uma conta em um banco na Suíça para esconder R$ 40 milhões em propinas", escreveu.
Fonte:correiobraziliense.
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